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Oceanos

Meus olhos são dois mares tenebrosos
onde há monstros e deuses escondidos
e onde, nos longos ermos e brumosos 
os galões do amor andam perdidos.

Quando um olhar dos teus olhos 
divinos pousa nos meus dois lívidos
oceanos, soluçam suaves como violinos,
as ondas bravas de impeto vazanos.

Mas se rompendo a agrura dos abrolhos,
o teu olhar naufraga noutros mares, 
há vazantes de pranto nos meus olhos
e tormentos de dor nos meus olhares.

Alberto Renart

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